“Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma”.
(José Saramago, em última mensagem, postada em seu blog)
(José Saramago, em última mensagem, postada em seu blog)
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Ficamos com a impressão de que as futilidades e
apetrechos tomaram, definitivamente, o lugar da reflexão. Não temos
tempo para nos ocupar com os pensamentos, mas temos um ingênuo orgulho
em nos ocupar com as coisas que despertam o entretenimento, o
descompromisso e os prazeres mais imediatos. Fomos transformados numa
massa amorfa, acomodada, com poucos vestígios de indignação e
questionamento. Somos apenas bons consumidores de tudo aquilo que outros
pensaram ser o melhor para a vida da gente.
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O
mais intrigante e perigoso em nossa cultura de não-reflexão é que
abrimos mão das responsabilidades para com a gente e para com o mundo.
Sem reflexão, não geramos conhecimentos. Já sem os conhecimentos, que
geraríamos pela reflexão, não temos compromissos senão com a nossa
própria ignorância. Sem compromissos com a vida e com o planeta,
parecemos mais suaves, mais livres, mais soltos. Mas será?
Pois
há muito tempo ensinamos de que pensar é algo perigoso. Que o melhor é
sempre a gente se adaptar aos processos que organizam o mundo. Que a
gente deve cuidar de si e deixar Deus cuidar de todos. Que os
insatisfeitos e descontentes que se retirem do lugar ou da posição em
que se encontram, no caso de discordância com aquilo que parece
imutável. Ensinamos, também, a amar as coisas antes de amar a gente.
Assim aprendemos de que...
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