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Sogra dos seus sonhos


 O guarda rodoviário manda o sujeito parar o carro:
 
Seus documentos, por favor! O senhor estava a 130 km/h e a velocidade máxima nesta estrada é 100.

Não, seu guarda, eu estava a 100, com certeza.

Mas a sogra, no banco de trás, corrige:

Ah, JOÃO ANDRÉ, que é isso! Você estava a 130 ou mais!

 
O sujeito olha para a sogra com o rosto fervendo.

E sua lanterna direita não está funcionando...
 
Minha lanterna? Nem sabia disso. Deve ter pifado aqui na estrada.

 A sogra insiste:
 
Ah, JOÃO ANDRÉ, que mentira! Você vem falando há semanas que precisa consertar a lanterna!
 
 O sujeito está fulo e faz sinal à sogra para ficar quieta.
 
 -- E o senhor está sem o cinto de segurança.
 
- Mas, seu guarda, eu estava com ele. Eu só tirei para pegar os
 documentos!!!
  
Ah, JOÃO ANDRÉ, deixa disso! Você nunca usa o cinto!

 
 O sujeito não se contém e grita para a sogra:
 
 CALA A BOCA, MERDA!

O guarda se inclina e pergunta à senhora:

Ele sempre grita assim com a senhora?
 
Não, seu guarda; só quando bebe.

EDUCAÇÃO À DERIVA

Agressões em sala de aula, crianças e jovens vítimas do bullying eletrônico; ameaças sistemáticas envolvendo diferentes grupos de jovens, identificados pelas suas opções musicais, roupas, adereços, cabelos e espaços sociais compartilhados. Há muito as escolas públicas, notadamente (mas não só), têm se tornado o local privilegiado do ‘acerto de contas’, que ocorrem à revelia dos/as que estão à frente do processo educacional. E isso tem acontecido, frequentemente, com adolescentes do sexo feminino, numa demonstração de força e sustentação de liderança até então mais visivelmente associado aos rapazes. Os motivos das agressões, muitas vezes, são fúteis e torpes, como o que ocorreu recentemente numa escola estadual de Joinville. No filme-documentário do diretor João Jardim (Pro dia nascer feliz, 2007), esta realidade está bastante patente nas escolas públicas de periferia, tendo em vista que estes/as jovens estão mergulhados em contextos estruturais de violência e impossíveis de serem atendidos pelos mecanismos (pífios) de inclusão social da escola.
Contudo, a relação quase esquizofrênica envolvendo escolas e o aparato tecnoburocrático educacional, demonstra a sua total ineficácia e o jogo do ‘empurra-empurra’ no que concerne à responsabilização das demandas trazidas por esta juventude cada vez mais indiferente à escola. As gerências educacionais maximizam dinâmicas de controle em relação à obediência do calendário escolar, interpretando unilateralmente leis educacionais e retirando a autonomia das unidades de ensino quando a questão é centralmente pedagógica; mas, quando as evidências são de cunho estrutural, o Estado culpabiliza as escolas, enfatizando que as mesmas têm ‘autonomia’ para solucionar os problemas associados à violência.
Ora, se fizermos um mapeamento minucioso nas escolas públicas e privadas, provavelmente encontraremos...

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