por: Matheus Arcaro
(fonte encontrada na íntegra do texto)
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Muitos pensadores afirmam que estamos vivendo um
período paradoxal de transição: já conseguimos, em certo sentido,
conceber a realidade como algo complexo e que, portanto, requer um
pensamento abrangente, entretanto, essa complexidade ainda não foi
incorporada em grande parte da ciência, na sociedade e na educação.
Remontemos a origem desse modelo racional
fragmentador e dominador que ainda cerceia o homem:
Várias correntes formam a base do pensamento ocidental moderno, dentre
elas a Revolução Científica, o Iluminismo e a Revolução Industrial. Em
meados do século XVI, a visão de um mundo orgânico, vivo e espiritual,
presente na medievalidade, começou a ser substituída pela noção de
mundo-máquina. O homem foi colocado como senhor do universo e, pela
ciência, poderia e deveria dominar a natureza. Francis Bacon, com seu
método de investigação científica que procurava descrever a natureza
matematicamente e Galileu Galilei, pai do experimentalismo científico
que substituiu a argumentação lógica da dialética formal pela observação
dos fatos em si, são grandes expoentes da formação do pensamento
moderno. Contudo, duas figuras merecem mais atenção: René Descartes e
Isaac Newton. Descartes, patrono do racionalismo, cindiu o homem em
corpo e mente e
instaurou a superioridade da mente sobre o físico; o culto ao intelecto
em detrimento à sensibilidade que vem gerando profundas patologias
sociais. Newton, por sua vez, concebeu o universo como um sistema
mecânico que funciona de acordo com leis físicas e matemáticas
imutáveis. Esse determinismo universal deu origem à idéia de que, para
compreender o real, seria preciso dominar e transformar o mundo pela
técnica. Técnica esta que serviu de base para a Revolução Industrial,
que aumentou desmesuradamente o poder do homem sobre a natureza e
automatizou o trabalho humano.
A Ciência Clássica amarrou-nos aos sentidos;
mutilou-nos, dividindo-nos em duas substâncias distintas; cegou-nos para
o todo ao priorizar as partes; desprezou a qualidade ao enaltecer a
quantidade; ignorou as interações entre os indivíduos, entre a ciência e
a sociedade, entre a técnica e a ética. O homem alienou-se da natureza.
Obviamente, seria leviandade negar que o
desenvolvimento da ciência trouxe e traz grandes benefícios para a
humanidade. Entretanto, não podemos deixar de sublinhar o outro lado:
ele provocou uma significativa perda em termos de sensibilidade,
estética e valores.
Na área educacional, especificamente...
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