Agressões em sala de aula, crianças e jovens vítimas do bullying
eletrônico; ameaças sistemáticas envolvendo diferentes grupos de
jovens, identificados pelas suas opções musicais, roupas, adereços,
cabelos e espaços sociais compartilhados. Há muito as escolas públicas,
notadamente (mas não só), têm se tornado o local privilegiado do ‘acerto
de contas’, que ocorrem à revelia dos/as que estão à frente do processo
educacional. E isso tem acontecido, frequentemente, com adolescentes do
sexo feminino, numa demonstração de força e sustentação de liderança
até então mais visivelmente associado aos rapazes. Os motivos das
agressões, muitas vezes, são fúteis e torpes, como o que ocorreu
recentemente numa escola estadual de Joinville. No filme-documentário do
diretor João Jardim (Pro dia nascer feliz, 2007), esta
realidade está bastante patente nas escolas públicas de periferia, tendo
em vista que estes/as jovens estão mergulhados em contextos estruturais
de violência e impossíveis de serem atendidos pelos mecanismos (pífios)
de inclusão social da escola.
Contudo, a relação quase esquizofrênica
envolvendo escolas e o aparato tecnoburocrático educacional, demonstra a
sua total ineficácia e o jogo do ‘empurra-empurra’ no que concerne à
responsabilização das demandas trazidas por esta juventude cada vez mais
indiferente à escola. As gerências educacionais maximizam dinâmicas de
controle em relação à obediência do calendário escolar, interpretando
unilateralmente leis educacionais e retirando a autonomia das unidades
de ensino quando a questão é centralmente pedagógica; mas, quando as
evidências são de cunho estrutural, o Estado culpabiliza as escolas,
enfatizando que as mesmas têm ‘autonomia’ para solucionar os problemas
associados à violência.
Ora, se fizermos um mapeamento minucioso nas escolas públicas e privadas, provavelmente encontraremos...
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