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Somar - viver melhor.

por: Nei Alberto Pies
(Professor e ativista em direitos humanos.)
"A filosofia é sempre uma atividade perigosa, porque nos instiga a pensar."
"Pensar bem, para viver melhor", era desejo dos gregos. Para alcançar o real desenvolvimento humano, recomendavam a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça. Na Grécia Antiga competia-se em tudo, sobretudo no campo das idéias e dos destinos da cidade (polis), tendo em vista ser cidadão (capaz de governar e ser governado). Neste sentido, herdamos o desafio de formarmos seres humanos preparados para viver a vida e a cidadania.
Como viver? é uma das perguntas mais importantes a serem respondidas nos dias atuais. Se “é preciso saber viver”, as formas de construir nossa vida sempre passam ou pelo individualismo ou pela coletividade. A sabedoria de nosso poeta maior Gonzaguinha revela que aspiramos por humanidade, construída por várias e distintas mãos, e que somos marcados uns pelos outros. Disse o poeta: “e aprendi que se depende sempre, de tanta, muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. E é tão bonito quando a gente entende que nunca está sozinho, por mais que pense estar”.
A tarefa de construir-se sujeito no mundo e sujeito do mundo não é uma responsabilidade reservada a cada um individualmente, mas enseja o modo de ser, pensar e agir no mundo, a partir da coletividade. Esta, por sua vez, deve permitir a construção de uma cidade justa, solidária, que contemple as nossas diferenças.
A maior riqueza da humanidade está nas...

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Respeito á Diversidade

Thamário Everley Conrado Pereira
é acadêmico de Direito, da Faculdade Alfredo Nasser
e membro ativo do Pajupu (Programa de Assessoria Jurídica Popular Universitária)
     Não há no mundo alguém que seja totalmente igual a outrem. Pelo que dizem, ainda não há ninguém clonado entre nós e, mesmo que tivéssemos, duvido que seria igual ao original porque viveria num outro tempo e lugar, passaria por outras experiências, conheceria outras pessoas, ouviria outras músicas, enfim, teria outra interação com as pessoas e seus costumes. Nem nós mesmos somos hoje o que fomos ontem, não é mesmo? As coisas mudam e mudam com uma rapidez cada vez maior, espanto de nossos tempos atuais.
     Enfim, somos tão diferentes uns dos outros que foi preciso construir uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, num determinado momento de nossa história (1948), para nos lembrar que, na origem, todos somos também iguais por termos algo em comum que nos distingue dos outros seres.
     Podemos ser iguais e diferentes, ter os mesmos direitos sem que nos descaracterizemos. A diferença não se opõe à igualdade. A igualdade é a garantia da concretização da liberdade, da dignidade, da condição humana em comum e, ao mesmo tempo, constitui a maneira como queremos ser tratados em função dessa condição, considerando nossas diferenças e nossas necessidades específicas.
     É exatamente isso que tememos tanto: que...

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Filhos humanizam

O dia D
      reflexões filosóficas
Boletim semanal editado pelo
Centro de Filosofia Educação para o Pensar

 
Ano 2 - Número 81 - quinta-feira, 
"Os anos deixam rugas na pele,
mas a falta de entusiasmo deixa rugas na alma
."
A paternidade e maternidade estão permanentemente submetidos à avaliação e análises, feitas por todos nós. Pais e mães são homens e mulheres que assumiram um compromisso denso com filhos e filhas. E em tempos em que nem sempre eles conseguem compreender as mudanças culturais que operam neste mundo de ligeiras transformações. Ser pai e ser mãe é mais do que um ofício, é assumir uma missão, criando condições de aconchego e de vôo, como fala Padre Zezinho. Somos pais e mães menos presentes na vida cotidiana de nossos filhos. Por isso mesmo, a convivência com eles pode e deve ser, por excelência, um convite e uma oportunidade para a humanização .
O ser humano não nasce lapidado, não nasce pronto. Faz-se no tempo, na experiência e na vida concreta. Esta vida concreta é feita de oportunidades. Umas nós mesmos as construímos, sobretudo em nossos espaços de convivência familiar. Outras, o mundo as oferece, de forma permanente. E fogem do nosso controle e da nossa vontade.
Certas coisas somente aprendemos a partir da experiência concreta. Quando éramos apenas filhos, não possuíamos noção da idéia de “pertença” e proteção, tão intrínsecas à vida dos verdadeiros pais e mães. Achávamos que éramos super protegidos, que nossos pais desperdiçavam tempo e cuidado para com a gente. Finalmente, achávamos que o que nos faltava era a liberdade. Mas somente com a paternidade e a maternidade pudemos compreender o valor dos “investimentos” afetivos, culturais, emocionais e porque não econômicos que pais e mães fazem em função de seus filhos. Filhos não têm mesmo condições para compreender estes valores, mas deveriam supor e tolerar a idéia de que pais e mães...
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Somos nossa dignidade

O dia D
      reflexões filosóficas
Boletim semanal editado pelo
Centro de Filosofia Educação para o Pensar
(Florianópolis/SC)
Ano 3 - Número 145 - quinta-feira, 

 
"Não há democracia sem respeito aos direitos humanos, assim como não é possível garantir quaisquer direitos fora do regime democrático."
(Margarida Genevois)
Festejar os 61 anos da DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos) significa re-significar o sentido dos próprios direitos humanos. Nascidos num contexto de barbárie, após a II Guerra Mundial, a humanidade aspirou novos valores para conduzir a historia da humanidade: a paz, a dignidade humana, a justiça social, o desenvolvimento, a democracia. No atual contexto brasileiro, é preciso reconhecer que ainda precisamos ensinar e promover muito nossa cidadania, para promover direitos humanos.
Direitos humanos são uma construção histórica e se fazem através de muita organização e luta. A diversidade (da vida, dos pensamentos e das culturas) estão na base de sua construção. Somos iguais, e diferentes. E o reconhecimento das necessidades humanas significa reconhecer em cada um e cada uma a ideia de que todos somos "sujeitos de direitos". Somos sujeitos de direitos, capazes de nos reconhecermos nos outros, e com eles, na interação, agir para transformar realidades de discriminação, preconceito, privilégios, domínio ou exploração, exclusão.
As nossas maiores lutas, individuais ou coletivas, visam o reconhecimento de nossa condição humana e as nossas potencialidades. Por conta disso, direitos humanos pressupõe dignidade, esta palavra de tão difícil conceituação, mas de fácil percepção quando ausente nas vidas humanas. Reconhecidos, estamos em condições de realizar o nosso maior desejo humano: a felicidade. Sim, pois é para isto que vivemos, que lutamos e que sonhamos, a vida inteira.
A cultura brasileira, entendida como nosso modo de ser, pensar e agir coletivos, ainda...
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