Uma batalha após a outra Por Dionisius Amendola Frankenstein, de Guilhermo Del Toro, é um deleite para o olhar tamanha sua beleza visual. Os detalhes das roupas a grandiosidade dos cenários, os intrincados efeitos práticos hipnotizam o espectador. O diretor faz da história de Mary Shelley uma fábula sobre a pretensão e arrogância humanas, mas é também uma história sobre o poder da arte e da compaixão na redenção dos homens e monstros. Confesso que me emocionei ao ver nos créditos que Del Toro se inspirou nos desenhos e concepção de Bernie Wrigsthon, um dos gênios da Nona Arte, para o visual da Criatura de Frankestein, além de muito de Leonardo Da Vinci e seis estudos sobre o corpo humano. Del Toro ainda espalha referências bíblicas, há Milton, há grande arte e grande poesia, o momento em que a Criatura declama o poema Ozymandias, de Percy Shelley é dos mais belos do filme. “The heart will break, and yet broken live on”...Lord Byron Assistam o filme no cinema! * * * * ** A diretora Kathryn Bigelow prova mais uma vez sua maestria para construir tensão e drama e reinventa o gênero de filmes de guerra com seu mais recente trabalho - A House of Dynamite, produzido pela Netflix, que imagina o momento em que os Estados Unidos é atacado por um míssil nuclear de origem desconhecida. A House of Dynamite é um filme cuja montagem de imagem e som por si só já é verdadeira aula de cinema. Os diálogos conduzem a trama, que se torna ainda mais tensa e apavorante através do uso de elipses e cortes que mais do mostrar, nos faz imaginar o resultsdo de uma guerra nuclear. Para além da capacidade técnica, Bigelow consegue criar uma narrativa envolvente que nos prende à tela durante duas horas e ao final do filme, não respiramos aliviados. Um filme que espelha nossos temores, crise de autoridade, paranóia e angústias contemporâneas de forma única. À sua maneira Bigelow fez o Threads do século XXI. Assistam na Netflix. ** Confesso que nos últimos tempos estou devendo aos apoiadores deste Substack. Este último mês e meio foi realmente complicado e tive que priorizar outros aspectos da vida, especialmente aqueles que garantem o pagamento dos boletos do mês. Já há quase dois anos tenho sobrevivido graças a este Substack e ao projeto da Livraria [trabalhar cansa]. Mas não é fácil e para manter não naufragar de vez tive que me desfazer de alguns bens e apertar o cinto. Mais ou menos estou na mesma que o Francis Ford Coppola, que para cobrir o rombo prejuízo financeiro causado pela aventura de Megalopolis. No caso do diretor americano o rombo é de algo em torno US$ 85 milhões. Precisando manter o fluxo de caixa Coppola está vendendo seus caros e raríssimos relógios. Agora, se não está fácil para o Coppola, imagina para quem sobrevive de vender livros, no Brasil? Enfim, por conta disso a ausência de textos, novas ideias e comentários aleatórios. Peço desculpas a vocês, leitores. As coisas vão melhorar, mas antes devem piorar um pouco mais. Seguimos na batalha, uma após a outra. O senhor(a) é atualmente um(a) assinante gratuito(a) de Livraria Trabalhar Cansa. Para uma experiência completa, faça upgrade da sua assinatura. |
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sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Uma batalha após a outra
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