A primeira semana de outubro trouxe boas novidades do mercado livreiro e gibizeiro, o que muito nos alegra! Duas dicas imperdíveis para os apaixonados pela Nona Arte - e mesmo para quem está apenas iniciando suas leituras, são Extremity e Quarteto Fantástico Número 01 A Nona Arte é o espaço artístico mais criativo e inovador da atualidade, e já há algumas décadas, sejamos sinceros, afinal, basta ver o quanto os gibis inspiram e servem como base para a produção de filmes e séries televisivas de enorme sucesso de audiência e bilheteria mundo afora. Dos novos artistas temos Daniel Warren Johnson, cujo estilo e dinâmica visual é uma fusão das estéticas japonesa e americana, temperada por uma sujeira indisciplinada intensa e emocional. Extremity , foi a HQ que consolidou seu nome como um dos mais importantes da nova geração de quadrinistas americanos. A trama acompanha Thea, uma jovem membro de um clã que precisa encontrar um novo sentido em sua vida após um violento massacre que levou sua família a uma rota de vingança e morte. O surpreendente na trama - prova de sua maturidade como artista e que ultrapassa o lugar comum dos gibis de aventura - é ver como Johnson coloca em destaque a teoria giraridana do mecanismo do bode expiatório. Imperdível! ** Quarteto Fantástico Número 01 é uma grata maravilha do mercado editorial neste ano! Primeiro por descobrir que há uma nova editora voltada ao universo dos quadrinhos no país, a Excelsior!, e fazendo um belo trabalho. Segundo por publicar esta edição estupenda de um dos livros sobre quadrinhos mais criativos e importantes dos últimos anos - o Dio tem a edição importada e jamais pensou que publicariam este livro no Brasil, principalmente com a qualidade gráfica exigida, mas eis que há milagres por estas terras ainda! Este Quarteto Fantástico Número 01 é um mergulho visual na edição que deu início à Era Marvel moderna. A obra-prima de Stan Lee e Jack Kirby, lançada em 1961, apresentou ao mundo o Quarteto Fantástico ― composto por Sr. Fantástico, Garota Invisível, Tocha Humana e o Coisa ― e redefiniu o que significava contar histórias em quadrinhos. Opremiado designer gráfico Chip Kidd desconstrói essa edição histórica, página por página, quadro por quadro, revelando cada traço, cada detalhe, cada nuance da arte revolucionária de Kirby e da narrativa poderosa de Lee. Usando um exemplar original da HQ ― hoje item de colecionador ― Kidd transforma um clássico em uma nova experiência visual. Com fotografias de Geoff Spear, e textos exclusivos do editor da Marvel Tom Brevoort e do historiador Mark Evanier, este livro é uma verdadeira celebração da criação que marcou o universo dos quadrinhos. ** Um dos maiores nomes do New Journalism está com livro novo nas prateleiras brasileiras, e um que muito anima nossa redação cultural, visto ter como inspiração um dos personagens mais importantes da literatura mundial, o escrivão Bartbley, criação imortal de Herman Melville (o escritor preferido do Dio!). Falamos obviamente de Gay Talese e de seu Bartleby e eu, publicado agora pela Cia das Letras. “Nova York é uma cidade de coisas despercebidas”, escreveu Gay Talese há sessenta anos. Ele passaria décadas desafiando a declaração ao dedicar-se às vidas comuns. Agora, em Bartleby e eu, o autor revisita personagens memoráveis e nos brinda com um texto inédito, no qual narra a trajetória de um médico imigrante que optou por explodir-se com o predinho em que vivia a dividir a propriedade com a ex-mulher. A história, que fartou a imprensa sensacionalista americana, recebe a justa densidade trágica sob a pena de Talese. O fio condutor deste livro é “Bartleby, o escrevente”, conto de Herman Melville que narra a saga de um anódino funcionário de um escritório de advocacia do século XIX. Instado a tomar atitudes que poderiam mudar ou mesmo salvar sua vida, Bartleby responde, inflexível: “Prefiro não fazer”. Conciso e elegante, Bartleby e eu reflete sobre um dos princípios do jornalismo literário que Talese ajudaria a inventar: transformar o banal em algo extraordinário. ** Quando a Primeira Guerra Mundial terminou, em 1918, o Ocidente estava quebrado. A fé religiosa, o patriotismo e a crença no progresso humano foram postos em xeque pela carnificina em massa vivenciada pelos dois lados do Atlântico. Em choque e traumatizados, fomos obrigados a encarar um mundo que não mais reconhecíamos: a velha ordem havia colapsado, substituída pela era das máquinas. O mundo avançou sobre engrenagens e andaimes, e novas ideologias aterrorizantes surgiram dos destroços de velhas crenças. Em Fratura, o aclamado historiador Philipp Blom argumenta que, após esse grande conflito, nossas energias foram direcionadas para dentro, dando origem a aventuras hedonísticas, estéticas e intelectuais de autoconhecimento. Foi um período de amarga desilusão e progresso visionário. Do surrealismo à obra A decadência do Ocidente, de Oswald Spengler; de Metrópolis, de Fritz Lang, à física teórica; e do art déco ao jazz e à dança de Charleston, artistas, cientistas e filósofos se debateram com a questão de como viver e no que acreditar em uma era fraturada. Sintomas mórbidos emergiram simultaneamente: o progresso e a inovação se chocaram em toda parte com o racismo e a xenofobia crescentes. Os Estados Unidos fecharam suas fronteiras para os refugiados europeus e foram tomados pela pobreza desesperadora causada pela Grande Depressão. Em ambos os lados do Atlântico, eleitores desencantados recorreram ao fascismo, formando partidos políticos baseados na violência e na vingança que pressagiavam o horror de uma nova guerra. Recriando vividamente essa era de ambição, arte e inovação sem paralelos, Blom retrata as mudanças sísmicas que definiram o período entreguerras e continuam a moldar o nosso mundo até hoje. ** Nos cinemas e na literatura, o mundo é uma batalha após a outra! Paul Thomas Anderson leva novamente para as telonas Thomas Pynchon em mais uma obra prima da arte do cinematógrafo. Para além da singular maestria visual e narrativa (as cenas de perseguição de carro são um espetáculo à parte), o principal mérito de PTA é preservar o principal de Vineland: política, ideologia, poder, nada disso é mais importante do que os laços de amizade e o amor filial. Assistam o filme e leiam o livro ! Voltamos semana que vem com mais dicas para vocês! E lembrem-se: caso não encontrem o livro que procuram em nossa loja online, entrem em contato pelo nosso WhatsApp (11) 978606565 ** Apoie nosso projeto cultural, nossa livraria. Algumas maneiras simples de ajudar:
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sábado, 4 de outubro de 2025
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