Na Albânia, o primeiro-ministro, Edi Rama, já em seu 4º mandato, “nomeou” Diella como a ministra responsável por todas as licitações públicas do governo. Diella é um bot de Inteligência Artificial, seu nome significa sol e ela iluminará a Albânia contra todos os males da corrupção. No Japão, outro bot foi recentemente indicado como líder do partido Caminho para o Renascimento. A tentação é grande. No Brasil, onde a corrupção estrutural e descarada se mistura com incompetência e analfabetismo, imaginar que algoritmos possam substituir os políticos pode até parecer um doce sonho platônico. A ideia de que a IA será incorruptível é daqueles delírios redentores comuns às expectativas progressistas que rondam até algumas das almas mais conservadoras. A racionalidade vai nos salvar de todos os males. Como tem sido penosamente difícil para os humanos alcançar a pureza da lógica, da coerência e da objetividade – atributos que, por algum motivo misterioso, mesmo com todas as evidências contrárias, muitos acreditam ser o ápice da humanidade – a Diella talvez inaugure uma espécie de teologia algorítmica democrática de direito. As criaturas moldadas pelos deuses, agora moldam seus deuses programando códigos que vão transformar utopias em realidade. Estes deuses vão eliminar o mal substituindo o humano pelo algoritmo? ... Assine Não É Imprensa para desbloquear o restante.Torne-se um assinante pagante de Não É Imprensa para ter acesso a esta publicação e outros conteúdos exclusivos para assinantes. Uma assinatura oferece a você:
|
Total de visualizações de página
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
#TeologiaAlgorítmica
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário