#MerosMortaisUm microfone aberto captou uma conversa inusitada entre Putin, Xi Jinping e o louquinho de rodoviária da Coreia do NortePutin, Xi Jinping e Kim Jong-un caminhavam com seus entourages rumo à praça Tiamannen, na China, mais conhecida como Praça da Paz Celestial, da famosa foto do estudante parando uma fila de tanques de guerra no peito, depois do massacre ocorrido em 1989. Mas ontem foi dia de festa, com desfile de tanques de guerra, mas sem estudantes, sem manifestações e sem milhares de civis mortos pelo regime. A China mudou. Hoje em dia nem os marxistas conseguem enxergar as superestruturas ideológicas da classe burocrática dominante que aliena o povo com promessas e valores burgueses do comuno-capitalismo chinês. Marcuse morderia as orelhas, vendo a classe trabalhadora se aburguesando por um carro elétrico. Lukács lamentaria a passividade com que os intelectuais marxistas pós-modernos aderem à idealização da apologética mercantilista chinesa. Mas a vida é bela para a classe dirigente. Quando eles mandam, sempre têm alguém para obedecer. Quando eles pagam, sempre aparece um intelectual bem intencionado para papagaiar propaganda chinesa nas mesas de podcast. Mas os ditadores também têm suas filosofias. Na alegre e tranquila caminhada em direção ao camarote em que assistiram a um monótono desfile de tanques, soldados e mísseis nucleares intercontinentais, algum infeliz deixou um microfone aberto para captar o mais curioso e esotérico diálogo: Tradutor de Xi Jinping, em russo: Tradutor de Putin, em chinês: Tradutor de Xi Jinping, em russo: Menos os ucranianos, os dissidentes que caem de sacadas altas, os estudantes que ousam protestar contra ditaduras na Praça da Paz Celestial e, principalmente, os técnicos infelizes que se esquecem de fechar o som dos microfones. Segundo a agência de notícias Reuters, Kim Jong-un, o louquinho de rodoviária, permaneceu todo tempo sorrindo e prestando atenção no diálogo, mas “não estava claro se a conversa estava sendo traduzida para ele”. Não perdeu nada. Os governos da China e da Rússia se negaram a comentar as reflexões esotéricas de seus respectivos déspotas. Nem precisa. Todo mundo sabe que os ditadores sonham em viver para sempre. Se ainda não é possível fisicamente, pelo menos mumificados em algum mausoléu em Moscou, Pequim ou Pionguiangue. Atualmente, você é um assinante gratuito de Não É Imprensa. Para uma experiência completa, atualize a sua assinatura. |
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quinta-feira, 4 de setembro de 2025
#MerosMortais
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