Bolsonaro cometeu crimes e deve ser responsabilizado por eles. Mas a perversão moral e institucional da situação do seu julgamento está no fato de que o país escolheu puni-lo cometendo outros crimes. Perseguições arbitrárias, narrativas desprovidas de provas e evidências, decisões judiciais que ignoram garantias básicas, e uma Justiça que age como milícia institucionalizada. O preço dessa vingança travestida de legalidade é um substancioso acréscimo ao que já pagamos pela descondenação de Lula. Em vez de restaurar a confiança nas instituições, o país afunda ainda mais na lógica do “vale tudo”, do “quanto pior, melhor”, da “terra arrasada”. O Lindinho da planilha da Odebrecht pediu que aumentassem a vigilância sobre Jair Bolsonaro, alegando risco de fuga. Alexandre de Moraes atendeu. A Polícia Federal foi acionada para realizar monitoramento físico integral da residência de Bolsonaro, já em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. A Procuradoria-Geral da República, que deveria ser a responsável por avaliar riscos, apenas “recomendou” o reforço. Um parlamentar decidiu sobre o monitoramento do seu opositor político e a Polícia Federal, a PGR e o Moraes obedeceram. Lindbergh celebra nas redes sociais: “Não vai fugir”. Desde quando um deputado decide quem apresenta risco de fuga? No Brasil, 122 mil criminosos condenados ou em julgamento usam tornozeleira eletrônica. Entre eles, há traficantes, homicidas, estupradores, agressores. Muitos estão em regime semiaberto, outros em prisão domiciliar. Segundo o documento da PF sobre Bolsonaro, todos podem fugir. Todos dependem do mesmo sistema de monitoramento que, segundo a própria PF, pode falhar com uma facilidade surpreendente. Mas nenhum deles tem agentes dentro de casa. Nenhum deles é alvo de vigilância física 24 horas. Vão amarrar um policial federal no outro tornozelo de Bolsonaro? Nas atuais circunstâncias, não é impossível que aconteça. Atualmente, você é um assinante gratuito de Não É Imprensa. Para uma experiência completa, atualize a sua assinatura. |
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quarta-feira, 27 de agosto de 2025
#NãoVaiFugir
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