#NãoÉPelasCriançasDevemos proteger as crianças dos predadores, mas também precisamos proteger a nossa capacidade de pensar dos inquisidores digitaisA denúncia de Felca sobre sexualização nas redes é grave, mas seu timing cirúrgico não pode ser ignorado. Como diria Maquiavel, o príncipe hábil nunca desperdiça uma crise. O próprio denunciante cele brou a suspensão do X por Moraes, revelando seletividade moral que nos impede de conclusões definitivas. Agora acabou virando peça do tabuleiro lulopetista. A lógica perversa: quando o poder não seduz mais, coage. O governo reconheceu ter perdido a batalha das redes. Se não pode controlar a narrativa, a censura em nome de algo inatacável. Trata-se de um autoritarismo emotivo importado: no Reino Unido, o Online Safety Act prometia proteger crianças e criou aparato de censura sofisticado, controlando e prendendo pessoas por conceitos como fake news e discurso de ódio. Agora o mesmo roteiro, mas com sotaque tupiniquim. Observe a sincronia: quando se esquece o escândalo do INSS, a tragédia econômica das sanções ou repercussão internacional do STF, surge denúncia que monopoliza atenção e justifica controle digital. Toda vez que algo envolvendo internet se apresenta sob pele de cordeiro — combate à pedofilia — devemos redobrar vigilância. A denúncia é importante, mas causa nobre não autoriza emergencialismo autocrático. Quando proteção vira desculpa para regular expressão, o risco não é mais abuso infantil — é infantilização da sociedade. Protejamos as crianças dos predadores, mas também a nossa capacidade de pensar dos inquisidores digitais. Já não é mais pelas crianças — é pelo controle. Atualmente, você é um assinante gratuito de Não É Imprensa. Para uma experiência completa, atualize a sua assinatura. |
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quinta-feira, 14 de agosto de 2025
#NãoÉPelasCrianças
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