“Aceito o risco de parecer repetitivo”. Assim começa um artigo de Roberto Campos, escrito em janeiro de 2000.
Sim, não há o que tirar do texto de Campos (leia o texto completo neste link). Talvez pudéssemos acrescentar em sua lista a Lava Jato, outro momento luminoso que não precisa ser idealizado, mas reconhecido. Campos estava consciente de que não havia novidade nenhuma em seu diagnóstico, justamente por isso era importante repeti-lo. Só assim é possível manter a necessária atenção ao pano de fundo, à estrutura apodrecida que sabota cada conquista importante do país.
Já que temos tantos partidos, deveríamos ter um Partido do Óbvio Ululante, no qual estariam reunidos todos aqueles dispostos a falar o que precisa ser dito. Em meio a tanta bobagem repetida não por ser óbvia, mas por ser conveniente, o nosso POU insistiria no evidente, não por falta de imaginação, mas por excesso de compromisso com a realidade. O que o texto de Campos ainda repete é que não há heroísmo, nem culpado único. É um mito, também, imaginar que o povo brasileiro é ruim. Há muita gente competente no país. Mas somos como um ônibus sem freio. Quem entende o problema não é necessariamente capaz de consertá-lo. Quando é, a corrente da sabotagem é poderosa. Há uma engrenagem de irresponsabilidade institucional alimentada há tempos e que aguarda uma reforma estrutural profunda que não sabemos se um dia se realizará. Enquanto isso não ocorre, não só podemos como devemos repetir o óbvio para que ele jamais caia no esquecimento.
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sexta-feira, 18 de julho de 2025
#PartidoDoÓbvioUlulante
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