Obrigado pela sua leitura! O mundo ainda não percebeu a revolução ocorrida quando Donald Trump não apenas ganhou o pleito americano ou mudou o jeito de fazer política, mas sobretudo alterou o modo como entendemos a realidade. Esqueçam os clichês progressistas segundo os quais Trump e seu eleitorado seriam “populistas”, “xenófobos” e “nacionalistas”. Isso é uma retórica reacionária de uma imprensa “iluminada” que recebeu a sua ordem de demissão sumária há alguns anos. Afinal de contas, segundo essa patota, ver o mundo pelos prismas ideológicos é um vício transformado em virtude, mas tal postura somente prova que os jornalistas, em especial os brasileiros, são uns pobres-diabos. Anseiam por esse mecanismo de sobrevivência psíquica porque simplesmente morrem — e não falo apenas em termos profissionais — se aceitarem a realidade tal como ela é. O que o “círculo de sábios” não percebe é que a resistência representada por Donald Trump não é algo próprio das categorias “direita” ou “esquerda”. Trata-se da oposição de pessoas de carne e osso que possuem divergência em muitas coisas, mas também têm um interesse em comum: o desejo de que o Estado não prejudique mais suas vidas. Assim, uma grande parcela do povo americano decidiu se unir em torno de um problema concreto apresentado pelas exigências do dia a dia, e não por meio de uma retórica igualitária (e, nesse sentido, realmente populista). Essa incompreensão de um detalhe essencial da verdadeira política americana, que acabou por contaminar todos os diagnósticos sobre a eleição, criou a ignorância de que os EUA sempre reagiram de forma reacionária, em especial quando se viam diante de impasses criados por intimações da vida, e não por slogans ideológicos. Não é nada disso. É só recuperarmos os exemplos da independência do país, dos “founding fathers”, dos federalistas, do sulista Alexander Stephens, de Martin Luther King e do presidente Ronald Reagan. Ou, do outro lado, basta lembrarmos também de governantes americanos que patrocinaram a intervenção excessiva do Estado no cotidiano do cidadão e deram-se mal no curto, no médio e no longo prazo. Vejam os casos de Abraham Lincoln, Franklin Delano Roosevelt, John Kennedy, Richard Nixon, George W. Bush, Barack Obama e o casal Bill e Hillary Clinton. Por isso, desde 2016, a figura simbólica de Donald Trump surgiu para alterar o establishment de Washington - e fez isso com os recursos mais inusitados. Em primeiro lugar, como bom empreendedor, pagou a campanha com uma parte considerável do seu próprio dinheiro (apesar dos obstáculos jurídicos criados por seus rivais para que isso jamais acontecesse), enquanto os Democratas apelaram para doadores de grandes empresas e de celebridades do entretenimento, interessadas em manter-se para sempre no status quo. Em segundo, subverteu o discurso conciliador de um Partido Republicano que se recusou a entender que os EUA não queriam mais saber de senhores bem comportados, como foram John McCain e Mitt Romney nas disputas anteriores, e nas quais Barack Obama obteve dupla vitória. Em terceiro, por meio de técnicas de retórica cognitiva que, a cada ataque da oposição, o deixavam mais fortalecido (inclusive com processos e atentados contra a sua vida), Trump mostrou que seu comportamento imprevisível era, no fundo, o pavio da mudança desejada pelos americanos após anos e anos de governos progressistas. No fim, ao escolherem um candidato que ninguém sabe quando será um Dr. Donald ou um Mr. Trump (segundo a definição perfeita do ensaísta Roger Kimball), os EUA optaram pela incerteza como orientação genuína no modo de fazer política. Esse foi o efeito bumerangue que ninguém previu na nossa intelligentsia. Por isso Donald Trump conseguiu transformar, numa única tacada, toda a ordem liberal que conhecíamos em “poeira cósmica”. A imprevisibilidade do Laranja é a prova de que, como diriam os chineses, tempos interessantes se aproximam. Isso, para quem já percebeu que vivemos numa revolução cognitiva, é algo deveras estimulante. Quem quiser colaborar com o meu trabalho, além do valor da assinatura desta newsletter pessoal, pode me ajudar por meio do pix: martim.vasques@gmail.comE quem quiser apertar o botão abaixo só para fazer a minha felicidade - e manter essa newsletter de modo mais profissional, be my guest: You're currently a free subscriber to Presto. For the full experience, upgrade your subscription. |
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quarta-feira, 20 de agosto de 2025
Revolução Cognitiva
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