Luis Fernando Verissimo. Um dos caras que eu mais li. Eu já ouvi várias vezes algo assim:
Sempre achei engraçado a pessoa pensar que, só por estar comigo em algum momento, viraria alvo de uma piada no palco ou na internet. Aí chegou 2018. Num evento na Livraria Cultura, vi o cara que me fez gostar de ler ali, paradinho, sem ninguém em volta, só a esposa. Pensei: Como é que um titã da literatura está ali e ninguém fala com ele? Fui até ele e arrisquei: — Oi, Luis, eu sou o Oscar. Li muita coisa do que você escreveu. Será que posso pedir uma foto? Ele me olhou com um ar de “Por que alguém ia querer uma foto comigo?”. Respondeu algo baixo, e tiramos a foto. Na verdade, foram três. Na hora me senti meio bobo, mas pensei: quando vou ter outra chance de falar com ele sobre sua obra? Contei o quanto a Comédia da Vida Privada tinha mudado a minha vida. Como eu assistia na Globo com aquele elenco que me fez me apaixonar por comédia: Pedro Cardoso, Marco Nanini, Fernanda Torres, Luiz Fernando Guimarães, Diogo Vilela, Débora Bloch, Cláudia Abreu… Contei que meus amigos em Atibaia e eu fazíamos esquetes inspirados nos textos dele. Disse também que me identificava com uma frase dele:
E expliquei que eu era, na verdade, um tímido que só tinha coisas a dizer pros amigos. Ele me olhava em silêncio, atento, e eu pensei: será que ele está me analisando pra me colocar em algum texto? Ali percebi que a mesma vaidade que eu ironizava nos outros estava em mim. Não era sobre ele estar comigo, era sobre eu querer ser notado por quem eu admirava. Resolvi encerrar:
Eu ri. Ele não. Agora leio sobre a morte dele e sinto vontade de revisitar cada livro dele que eu li, talvez pra não deixá-lo morrer dentro de mim e, junto com ele, a comédia também. Obrigado, Verissimo. Você fez diferença na minha vida de um jeito inesquecível. Atualmente, você é um assinante gratuito de Não É Imprensa. Para uma experiência completa, atualize a sua assinatura. |
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sábado, 30 de agosto de 2025
#MorreuVerissimo
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